quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Badejo

Não é todo dia que pequenos burgueses põem Badejo na mesa. Deve haver um pretexto, uma ocasião especial. E não foi diferente na família Ramos. João o chefe da família está preocupado com a filha, Ambrosina, que já completou 22 anos e ainda não se casou. Então ele prepara um almoço, que vai lhe custar caro, para aproximar sua filha de dois pretendentes, considerados por ele, dignos da mão dela.

A fartura de comes e bebes prepara a ocasião. O que João Ramos não esperava era que Ambrosina não se interessasse por nenhum dos dois pretendentes. Dando a essa história, que se passa no fim do século XIX na cidade do Rio de Janeiro (então Capital Federal), seu caráter de comédia de costumes. Alertando a sociedade as hipocrisias que cercam os casamentos arrumados pelas famílias das moças.


Artur Azevedo, autor da peça, conta essa história em três atos, em verso. Aproveitando-se da condição econômica em que se encontrava o país, ele faz a feliz escolha de usar o Badejo (peixe que sofreu forte aumento de preço na época, junto com outros produtos que também vinham aumentando seu custo) como muleta desse contexto de ostentação da sociedade burguesa que existia no Brasil.

Um comentário:

Lenina disse...

eu ja devo ter comido esse peixe e nem lembro....