segunda-feira, 9 de março de 2009

Algo ou Alguma Coisa

Numa noite dessas, madrugada calada, em uma rua deserta, num quarto aceso, em frente a uma tela de computador.
De boa, esperando o tempo passar e o sono chegar.
O cabelo cresceu, as unhas demonstram uma ausência entendida por quem as vê, o pé ta sujo, mas pelo menos a barriga ta cheia e se sentir fome, tem mais na geladeira. Na casa de mamãe, sempre teve comidinha pronta.
Mas o tédio ta tomando conta, viver, intensamente, já faz parte. Escolher caminhos, mesmo que imorais, experimentar novas formas, liberar pelos poros, espontaneamente, a própria filosofia, dizer quem se pensa que é, quem se pensa que se pode ser, sem pudor, sem caneta e papel, assim, na lata, na cara, pros ouvintes que no círculo adentram, tornou-se fundamental. Uma excelente válvula.
O chifffffff que a bomba de encher pneu faz. O ahhhhhhhhhhhhhh da pessoa irritada. O tsiiiiiiiiii da água quando toca uma panela quente. O texto do escritor numa madrugada vazia e calada.
É a válvula! É o escape! É a fuga! É a maneira de...
A exposição do tédio, do ócio, do vazio e do calado. A verbalização dos pensamentos que povoam a mente. Um texto que narra um fim de noite sem muito fundamento, mas que tenta renovar a energia de quem escreve com a possível interação de uma pessoa, que também está sem sono numa madrugada calada.